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Artes e paella! (Madri, Espanha)

Depois de passar uma noite inteira no trem, que tomei em Lisboa, chego à estação Madri Chamartín. Já no primeiro contato com o metrô da cidade, percebi que seria fácil me deslocar por ali. A rede cobre todos os lugares de interesse turístico e você só anda a pé se quiser.

Ainda era cedo quando cheguei, com minha carapaça nas costas, ao Cat’s Hostel. Um albergue que ocupa um belíssimo palácio do século XVII, no centro de Madri. Seu nome vem do apelido dos madrilenhos: “gatos”; por terem o hábito de passar muito tempo na rua, seja dia ou seja noite. De quebra, o Cat’s possui um agitado bar no porão. Se você gosta de festa, esse pode ser o local certo.

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Usufruindo a extensa rede de metrô, comecei o meu dia pelo famoso Paseo del Prado. Amplas e extensas calçadas são um convite para uma boa e agradável caminhada. Pelo caminho, sou entretido por diversas obras de arte e esculturas expostas sobre as calçadas e, antes de me dar conta, já estava em frente ao, também mundialmente conhecido, Museo del Prado – aberto desde 1819. Atenção, esses grandes museus possuem um acervo imenso, capazes de ocupar, facilmente, mais de um dia de viagem. Portanto, prepare-se e informe-se antes de visitá-los para otimizar o seu tempo. Eu, que não tinha muito tempo, permaneci por mais de quatro horas conhecendo seu acervo e admirando grandes obras de Goya e Velázquez. Ao final eu estava esgotado, pois também havia viajado a noite toda. Peguei o rumo do albergue, onde meus novos companheiros de quarto já estavam acomodados. Eram duas coreanas, duas alemãs, um francês e um outro indivíduo que não tive a oportunidade de conhecer, pois dormia – e roncava – o tempo todo!

Com as baterias recarregadas e espírito desbravador, meu segundo dia na capital espanhola foi bastante produtivo. Parti da estação de metrô Antón Martín (próxima ao albergue) para desembarcar na estação Sol e conhecer o prédio do antigo Correo e a praça Puerta del Sol, onde estão o marco zero (identificado, no chão, por um simples padrão a partir do qual são medidas as distâncias entre Madri e todas as outras cidades espanholas) e o monumento – símbolo da cidade e importante ponto de encontros – El Oso y el Madroño (O Urso e o Medronheiro).

Segui a pé pela Calle Mayor até chegar à Plaza Mayor – uma praça com chão de paralelepípedos, cercada de prédios, com uma estátua equestre de Felipe III. O curioso é que nessa praça não há sequer uma única árvore. E foi lá, debaixo de sol forte, que tentaram me aplicar um golpe. Fui abordado por um homem bem vestido, com uma câmera fotográfica pendurada no pescoço, dando pinta de turista. Ele perguntou de onde eu era e, ao responder que era brasileiro, exclamou: Ronaldinho! Até aí, nada demais. Cumprimentou-me e perguntou se a moeda da Espanha era a Peseta (moeda espanhola utilizada antes da adoção do Euro, em 2002) e onde poderia trocar dinheiro. Estranhei a pergunta e expliquei (já desconfiado) que a moeda era o Euro e que não conhecia nenhuma casa de câmbio por ali. Ele insistiu e, mostrando-me uma cédula iraniana (de onde dizia estar vindo), pediu que lhe mostrasse como eram as notas de Euro. A essa altura indiquei (já nervoso!) um cartaz com o símbolo da moeda. E ele, muito cara-de-pau, apontou para a minha carteira (que estava no bolso da frente), pedindo para ver o dinheiro. Diante dessa evidente suspeita de golpe (muito ruim por sinal), recusei-me a lhe mostrar e continuei tranquilamente meu passeio. Enquanto processava o que acabara de acontecer, fiquei imaginando quantos turistas ingênuos não-brasileiros devem cair nesse golpe todos os dias. Nós, infelizmente acostumados com golpes de todo tipo, não podemos dar bobeira frente a esses oportunistas.

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Caminhando pelas ruas, tive a agradável surpresa de me deparar com a bela e pouco conhecida Basílica Pontifícia de San Miguel – que não costuma estrelar em guias de viagens. É uma pequena e discreta igreja, na Calle San Justo, que guarda uma beleza incrível em seu interior. De volta ao roteiro turístico tradicional, visitei a Catedral Santa Maria la Real de la Almudena (ou apenas Catedral de Almudena) que, de tão grande, mais se assemelha a um palácio – próxima à Plaza de Armas e ao Palácio Real. Aliás, este último é, sem dúvida, um dos mais belos e luxuosos de toda a Europa. Uma visita em seu interior é indispensável. As salas do palácio possuem tapetes imensos, paredes forradas com belos tecidos bordados e afrescos por todas as partes, até no teto. A sala do trono é absurdamente majestosa, sem trocadilhos! Há também uma sala inteira construída com porcelana. Tudo impressiona! Na sala de jantar contei 33 cadeiras de cada lado da mesa. Quando fiz a visita, estavam sendo realizadas duas exposições: Hilos de Esplendor (tapetes) e outra com as armas reais (onde se destacavam as lanças e armaduras). Se o passeio der fome, existe um bom restaurante no interior do palácio, bem como uma livraria.

Entre o Palácio e o Teatro Real fica a Plaza de Oriente, com elegantes cafés à sua volta e adornada com estátuas de reis espanhóis – originalmente feitas para adornar a cornija do Palácio mas, devido ao peso, 20 delas foram colocadas na praça. As demais estão espalhadas por Madri e em outras províncias.

Acompanhei a Gran Vía que, como o nome sugere, é uma grande – e movimentada – avenida da cidade. Foi em uma de suas travessas que parei para almoçar no restaurante IOWA – escolhido a esmo. O local é simples, mas com boa comida. O prato escolhido foi a tradicional e deliciosa Paella que foi servida em sua forma clássica – sobre uma frigideira (paellera) de ferro, rasa e com duas alças. Depois do almoço tardio, continuei caminhando pela mesma avenida até seu entroncamento com as ruas Alcalá e Paseo del Prado, onde terminei o dia conhecendo o Portão de Alcalá, a Plaza de Cibeles e prédios históricos. De volta ao albergue, “comemorei” a primeira semana de mochilão lavando roupas!

Meu terceiro dia na capital espanhola foi longo. Perdi a hora do café da manhã do albergue e tive que improvisar com água e bolachas. De estômago meio cheio, segui para o Centro de Artes Reina Sofia, onde pude conhecer pessoalmente as magníficas obras de Salvador Dali, Miró e Pablo Picasso. Dei sorte, além da coleção permanente do museu que inclui a extraordinária obra Guernica, a coleção do Museu Nacional Picasso Paris também estava lá exposta temporariamente.

Ainda entusiasmado com o trabalho do pintor espanhol, fui até o Parque del Retiro para relaxar, curtir seu lago com pedalinhos e admirar seu belo paisagismo. Aproveitei a tranquilidade do parque para comer um bocadillo e, após uma longa caminhada, tomei o metrô com destino ao Estádio Santiago Bernabéu, a casa do Real Madrid.

O estádio dos “merengues” (apelido do time) oferece, em dias que não há jogo, um tour não guiado por suas dependências. Seja você um amantes do futebol, ou não, o tour é muito interessante, pois mostra a paixão de um povo por seu esporte nacional. Vale a pena conhecer a sala de troféus, as arquibancadas, a área VIP, a sala de imprensa, os vestiários e até mesmo o banco de reservas de uma das maiores equipes do futebol mundial, onde alguns dos melhores jogadores do mundo já escreveram sua história – pra citar alguns: Ronaldo, Roberto Carlos, Robinho, Kaká, Zidane, Beckham e Cristiano Ronaldo. Ao finalizar o passeio, você cai dentro de uma loja repleta de objetos, roupas e acessórios do clube e pode fazer a festa – obviamente, desembolsando uma quantidade generosa de euros. Portanto, cuidado, pois a empolgação pode custar caro!

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Meu último compromisso em Madrid era visitar a polêmica Plaza de Toros de Las Ventas. Se para muitos é uma paixão, parte da história e da cultura local, para muitos outros não passa de uma violência gratuita e covarde. Sem entrar no mérito da questão, fui conhecê-la rapidamente – e apenas por fora, pois não era dia de touradas. Com a sensação de dever cumprido, mais um dia chegava ao fim e eu estava absolutamente encantado com a cidade.

No dia seguinte, perdi meu trem pela manhã e passei algumas horas na estação ferroviária Atocha, esperando o próximo horário para Barcelona. Finalmente, às 13h30, consegui embarcar para meu próximo destino.


Este é o 5º post da série Mochilão na Europa I (28 países)

Leia o post anterior: Alguém me traga um pastel de Belém, por favor! (Lisboa, Portugal)

Próximo post: A cidade de Gaudí (Barcelona, Espanha)

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GUILHERME GOSS

Turismólogo, travel writer e diretor da Reisen Turismo. Tem duas paixões: sua família e as viagens. Começou a viajar aos 17 anos e, até agora, 65 países não foram capazes de detê-lo! Sua melhor viagem é sempre a próxima!

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