Pela manhã, Fátima e eu nos encontramos na estação de Florença e embarcamos com destino à Roma, a Cidade Eterna. Ao tocar os pés na capital, ela enviou uma mensagem a um amigo que nos hospedaria pelos dias que ficássemos por lá. Pra não perdermos tempo, deixamos as bagagens no guarda-volumes da estação Termini e fomos explorar a cidade. Eu estava ansioso por estar prestes a conhecer Roma e Vaticano!
Depois de passarmos pela Via Delle Quattro Fontane com a Via del Quirinale – cujo cruzamento possui quatro fontes, uma em cada esquina –, chegamos à Piazza di Spagna. Lá havia uma multidão esparramada pelas escadarias floridas de primaveras.
Partimos então para uma das atrações que eu mais tinha vontade de conhecer: a Fontana di Trevi. E ao vê-la pessoalmente, não me decepcionei. Trata-se realmente de uma fonte maravilhosa e imponente – é a maior de Roma. Projetada pelo arquiteto Nicola Salvi, a obra foi executada no ano 1762. A tradição diz que deve-se virar de costas para a fonte e jogar uma moedinha nela. Isso serve para garantir seu retorno à Roma! Pois bem, segui a tradição e ainda reabasteci a minha garrafinha. A fonte jorra água potável – ao menos estava escrito isso.
A próxima parada foi no Pantheon. Como seu próprio conceito designa, foi construído para homenagear todos os deuses (embora essa teoria seja controversa). A partir do Renascimento, começou a hospedar sepulcros, como o do pintor Rafael. As sepulturas dos reis Vitor Emanuel II e Umberto I também estão ali. Interessante é o sistema de drenagem: quando chove, a água que entra pelo óculo (situado no centro da cúpula) escorre pelo piso irregular. Depois desaparece através de pequenos orifícios no chão.
Perto dali encontramos a Piazza Navona, geralmente tomada por artistas de rua e pintores que reproduzem suas fontes. Fazem sucesso com os turistas. É nesta praça que fica a “humilde” Embaixada do Brasil na Itália. Seguindo nosso roteiro, chegamos ao coração de Roma onde topamos com a Piazza Venezia. Convergindo importantes ruas da cidade, ela é identificada pelo Monumento a Vittorio Emanuele II – e também pelo trânsito caótico que circula à sua frente.
Cansados, decidimos voltar à estação para buscar as bagagens. Aflitos, continuávamos sem retorno do amigo da Fátima que nos hospedaria. Não tínhamos retorno das mensagens e quando ligamos caiu na caixa postal. Desistimos de esperar e, por sorte, o albergue que eu havia escolhido quando fiz meu planejamento era o Alessandro Downtown que fica muito próximo à estação. Decidimos ir até lá pra ver se havia vagas e fomos muito bem recebidos pelo Luca que, inclusive, se arrisca no português.
Em nosso segundo dia na cidade, pulamos cedo da cama e, após o café da manhã partimos para o Vaticano – o menor país do mundo. Chegando lá, é de se admirar a grandiosidade da Piazza San Pietro, onde multidões se reúnem aos domingos para receber a benção do Papa. Mesmo sendo de manhã, já havia uma longa fila para entrar na Basilica di San Pietro.
Projetada por Michelangelo, esta é a maior construção católica existente e, por falar no grande mestre, é nesta igreja que se encontra Pietà, sua obra-prima. Outra escultura muito disputada é a de São Pedro. Ele tem os pés gastos de tanto os fiéis passarem suas mãos sobre eles, a fim de serem abençoados. São Pedro, que dá nome à Basilica, foi o primeiro Papa da Igreja Católica e, segundo conta a história, teria sido morto na cruz de cabeça pra baixo. E teria sido a pedido dele próprio, por não se achar merecedor de morrer como Jesus Cristo.
Subindo por longas escadarias (e uma parte de elevador pra quem preferir), chega-se ao topo da cúpula. De lá, têm-se vistas privilegiadas de Roma e Vaticano. No sentido contrário, ou seja, descendo as escadas da Basílica, encontram-se as Tombe dei Papi (Tumbas dos Papas), entre as quais está a de João Paulo II.
Deixamos a Basílica e nos dirigimos aos Musei Vaticani (Museus do Vaticano). O complexo abriga uma série de museus, onde a fila estava gigantesca. Quando conseguimos finalmente entrar, tivemos que correr contra o relógio. O objetivo era chegar até a Cappella Sistina e poder apreciar com tempo mais um incrível trabalho de Michelangelo – responsável pela maioria dos afrescos. O destaque vai para a história do Gênesis, representado na parte central superior.
É também nesta Capela que o ocorre o Conclave, reunião que elege o novo Papa. Entre tantos detalhes, impossível não reparar na incessante disputa entre as câmeras dos turistas e os olhos afiados dos vigias, tentando coibir a utilização das mesmas. Quando a visita chega ao fim, também é impossível não refletir sobre a riqueza superlativa que existe no Vaticano.
A fome batia forte e não resistimos a um restaurante que fica em frente ao museu. Localizado estrategicamente, cobra o preço que quer e eu tive que desembolsar absurdos €24 por um pedaço de lasanha e quatro brócolis.
Já era tarde e seguimos com pressa até o Coliseu e, apesar da distância, o metrô nos fez chegar em pouco tempo. De novo, enfrentamos fila pra comprar ingresso. Esta grande arena foi construída a partir do ano 72 d.C. para entreter o público com espetáculos de animais e gladiadores.
Ainda com atrações por visitar, a Fátima teve a terrível ideia de ir à Comune buscar um documento para uma senhora que ela mal conhecia. Tivemos que andar um bocado para, infelizmente, não dar em nada, pois ela não tinha uma procuração em mãos.
Dando continuidade ao nosso roteiro, já eram 17h e com muito custo conseguimos encontrar a entrada do Foro Romano. Hoje em ruínas, era o coração da Roma antiga, onde tudo acontecia. Depois fomos até o Palatino, um morro que foi o berço da cidade. Feliz por estar concluindo o roteiro planejado, sentei-me e fiquei a observar o entorno, sem pressa.
No albergue conhecemos outro brasileiro, o Cleyton – mineiro que largou o emprego para estudar em Londres e viajar pelo mundo. Entusiasmado com tudo o que tinha visto em suas andanças, contava em detalhes cada uma de suas aventuras. Na hora do jantar, como de costume, o albergue ofereceu a tradicional pasta gratuitamente para os hóspedes.
No outro dia, eu fui atrás de um correio para enviar ao Brasil algumas coisas que já estavam pesando demais na mochila – chocolates suíços e lembrancinhas em geral. Pesquisei o preço do envio na Ups e Fedex, mas era muito caro.
Dentro da Termini, fui até a Posta Italiana e vi que o preço compensava. Conversei com a atendente e disse que eu queria o envio “ordinário” (simples), e ela respondeu que não tinha “modulo” – fazendo um gesto com as mãos. Pelos seus gestos, logo identifiquei que ela não tinha nenhuma caixa disponível. Gentilmente ela me indicou outra agência, do outro lado da estação.
Apressado, fui em busca da caixa. Após um tempão de espera, consegui a caixa mas a atendente me disse que não tinha nenhum formulário para o envio simples, havia apenas para o serviço expresso. Agradeci e voltei para a primeira agência – dessa vez com a caixa na mão!
Peguei novamente a fila e, quando chegou a minha vez, finalmente descobri que “modulo” era o maldito formulário. Ou seja, todo o meu esforço em busca da caixa havia sido em vão. Fiquei desconcertado!
A outra agência da Posta Italiana ficava longe da estação e eu não tinha mais tempo, nem alternativas. Teria que pagar mais que o dobro para enviar a encomenda expressa. Enquanto eu preenchia três formulários, a fila crescia atrás de mim.
Enfim, despachei a mercadoria: 3kg a menos na mochila, €78 a menos na carteira. E a certeza de que eu não compraria mais nada pesado nem volumoso durante o resto do mochilão!
Fátima e eu ainda fizemos um lanche rápido num fast food antes de pegarmos o próximo trem.
Veja a galeria completa!!
Este é o 33º post da série Mochilão na Europa I (28 países)
Leia o post anterior: Florença: o berço do Renascimento italiano
Leia o próximo post da série: Costa Amalfitana
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